Tarefa
Reflexão
Que passos poderiam dar as nossas bibliotecas se aproximarem de um modelo de biblioteca 2.0?
Em primeiro lugar, é necessário que todas as bibliotecas sejam dotadas de equipamentos informáticos em número e funcionalidade adequados. Depois do tão celebrado “choque tecnológico” poder-se-á pensar que esta é uma barreira eliminada, mas de facto não é: há escolas onde o PTE não chegou, nem vai chegar face à crise que se instalou no país. Esta mesma crise, contribui para a diminuição do número de alunos com internet em casa, pois a redução do orçamento das famílias está a conduzir a cortes de vária ordem e começa já a ouvir-se por entre os alunos que já não têm internet em casa.
Colocada esta ressalva, penso que a primeira condição indispensável para que as nossas bibliotecas se transformem em bibliotecas 2.0 é a vontade de mudar dos professores bibliotecários – essa é a palavra chave. Professores acomodados, apenas preocupados em continuar a trabalhar de acordo com os mesmos moldes com que se trabalha há anos dificilmente embarcarão nesta aventura. Daqui se deduz que outra condição é que o professor bibliotecário seja aventureiro, não tenha medo de correr riscos, de experimentar para ver se funciona e tenha capacidade para voltar atrás caso não se adeqúe.
Também é necessário gosto por investigar e ver como se usa esta multiplicidade de ferramentas colocadas à nossa disposição – só conhecendo minimamente as ferramentas os professores bibliotecários são capazes de continuamente avaliar o seu potencial para as colocarem ao serviço da velha e ancestral missão da biblioteca – fazer leitores competentes na sociedade e no tempo em que se encontram.
É igualmente fundamental que se desvie o foco dos recursos físicos existentes na biblioteca e do serviço cara a cara com o utilizador para se pensar em disponibilização on-line e interacção constante com os alunos e professores num mundo virtual – no fundo é necessário fundar novas comunidades educativas, mantendo as velhas comunidades físicas já existentes na escola, mas criando também comunidades virtuais, em que as necessidades dos nossos alunos são ponto fulcral da nossa actividade.
Algumas das ferramentas que poderiam ajudar as bibliotecas a dar esse passo em frente:
Blogs
Creio que o potencial dos blogs para as bibliotecas, vai muito para além do uso que deles vemos fazer muito comummente. Numa enorme percentagem de casos, os blogs são usados como montra de actividades da biblioteca, existindo muito pouca interacção entre a biblioteca e o utilizador – ficamo-nos assim apesar do uso da tecnologia, por uma biblioteca 1.0. Julgo que para que os blogs possam efectivamente dar o salto para a verdadeira Web 2.0, que se baseia na construção colectiva do conhecimento, é necessário que eles sejam utilizados com todo o seu potencial de interactividade. Por isso os vejo mais ao serviço das próprias actividades que são desenvolvidas na biblioteca, como orientadores, como ferramentas indispensáveis para o processo de desenvolvimento da actividade do que como montra de resultados.
Wiki
Parece-me que a wiki é igualmente uma ferramenta que pode fazer aproximar alunos com interesses comuns da biblioteca e que podem ser usadas, por exemplo para discussão de obras lidas, para construção colectiva de trabalhos de turmas diferentes mas sobre a mesma temática…
Marcadores sociais
Embora seja frequente os nossos alunos pensarem que lhes basta fazer uma pesquisa no google para acederem a informação, esta ferramenta não lhes dá qualquer validação de qualidade e é aí que a biblioteca pode ter um papel fundamental: através do uso de marcadores sociais, a biblioteca pode validar a Web e ajudar assim os alunos e professores nessa tarefa, da mesma maneira que os bibliotecários já fazem
Estes são alguns exemplos, de entre os múltiplos, que certamente iremos ter oportunidade de aprender ao longo desta formação.